sábado, 3 de março de 2012

Changes- Cap. VII

Ela compreendeu. Não sei como é que ela pôde compreender. A minha ex namorada, nunca tinha compreendido a minha "diferença", tanto não compreendeu como me chamava anormal. Mas ela nunca contou a ninguém. Mas, a Margarida sim, ela compreendeu o meu lado, eu não podia escolher o que ser.
- Porque não me contaste mais cedo?
- Porque tinha medo que reagisses mal, já te disse.
Ficamos ali os dois a olhar um para o outro, mas depois fomos dar uma volta a um parque, ali ao pé. Tinha parado de chover e já estava bastante sol. Aliás, o pôr do sol.
- Sabes, eu sou uma pessoa "normal". Mas, gostava muito de ser como tu. Isso trás-te alguma coisa de diferente?
- Sim, posso mudar de forma, mas só mudo quando mudo de escola. E raramente mudo de escola, porque como posso mudar de forma e tal, se gozarem comigo, ou se tiver de ser transferido por alguma razão, volto aquele lugar, mas com um nome e uma forma diferente. E também consigo tele transportar-me.
- Que fixe! Wow, quem me dera, isso não tem nada como vampiros? De me morderes ou assim para ficar como tu?
- Ahahah, claro que não. Nasci assim, isso só se passa a filhos.
- Ahh, está bem. Vês, o pôr do sol é lindo aqui não é? - dizia ela, completamente fascinada com o pôr do sol de lá.
- É, claro que é, sempre foi e sempre será.
E ali nos beijamos, bem apaixonados.
Estava super contente. Nunca pensei que o meu suposto namorado fosse um extra terrestre. É completamente "nice". Nesse dia, mesmo tendo compreendido a posição dele, não estava muito bem. Acho que ele me tinha pegado a constipação e além do mais estava com TPM. Arrggg. Estava um pouco maldisposta, não de sentir-me maldisposta mas sim de estar com mudança de humor.
- Então parvalhona, como é? - foi o que ele disse assim do nada - vens jantar a minha casa oquê?
- Mas pensas estar a falar com quem?? Então, estás parvo?
- Que foi? Não disse nada de mal, tem calma... - disse ele, mas bastante calmo.
- Começas-te logo a me chamar parvalhona! Não estou com disposição para isso sim?
- Ei, tem calma! Eu estava apenas a brincar contigo, porque estás a ser assim? Porra!
- Porra oquê? Agora também deste para me chatear é? Já tou farta desta bosta, vou-me mazé embora! - confesso que fui bastante má, mas eu nessa tarde não estava lá muito bem. Mas sim, fui mesmo má.
-  Ei, então?
- Olha, adeus, depois falamos.
- Isto foi por eu te ter contado o meu segredo? - disse ele.
-Claro que não, o que me disses-te não muda nada em relação ao que eu sinto.
Fui para casa. Estava com pouca disposição para o ouvir mais, eu sei que tinha feito mal,mas ei? Eu sou uma rapariga com TPM.
No dia seguinte, estava bem. Mas tinha previsão do que iria acontecer entre nós. Discussão. Era fim-de-semana, e nesses tempos nunca tinha nada para fazer. Um pouco de WiiFit e tal, comer, e mais nada. Mas não. Ele ligou-me.
- Ei, tudo bem? - disse ele, um pouco rouco.
- Sim, o que queres?
- Só te queria pedir desculpa de ontem. Que vais fazer hoje?
- Bem, para que saibas estou ocupada.
- Vais onde, se poder saber é claro.
- Vou ter com o Rodrigo - menti eu, não queria que ele se senti-se logo armado em bom por o desculpar tão facilmente - porquê?
-  Com o Rodrigo? Mas estás maluca? Ele é má influência para ti! Nem penses, eu vou ter contigo e ficamos os dois a tarde toda.
- Nem pensar, deves pensar que isto é tudo como tu queres! Eu tenho a minha vida, por isso não te metas nela!!
Comecei a chorar. Não sabia porque tinha feito aquilo, simplesmente achei por bem fazer. Mas fui uma parva e ali fiquei, uma hora a chorar, e a me lamentar.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Changes- Cap.VI

Eu sabia que ela me amava. O problema é que eu não sabia o que ela sentia mesmo. Tinha medo que se lhe conta-se o meu segredo ela me deixa-se tal como a minha ex namorada tinha deixado. Eu queria ficar com ela, para sempre, casar, ter filhos, ser feliz. Apenas isso. Queria sentir as nossas mãos frias, mas unidas, os nossos lábios congelados, mas depois de um beijo bem quentes, os seus cabelos macios entrelaçados nos meus dedos. Queria mesmo sentir o amor dela a fluir no meu coração.
No dia seguinte não fui á escola. Sentia-me doente, por causa de uma virose qualquer que andava por ali. Passado uma semana também não fui lá. Não tinha coragem de olhar para ela, depois de ter deixado a sua casa sem lhe dizer algo. Nesse dia estava a chover, nem muito, nem pouco. O tempo estava cinzento, com umas nuvens também um pouco escuras. Ouvi alguém a bater á porta. Levantei-me, com um cobertor a me tapar, visto que estava com muito frio, porque a casa era gelada. Abri a porta.
-Sabes que és a pessoa mais parva do mundo? - era a Margarida - não me voltes a deixar assim seu parvo!
E beijou-me.
Não sabia porque ele tinha decidido não aparecer durante 1 semana. Não sei se seria por ter abandonado a casa, sem me dizer nada, se era por ter vergonha, por ter medo que eu o rejeitasse. Realmente não sei. Só sei que queria sentir o seu coração a bater, rapidamente por mim.
- Porque me deixas-te assim? Tive saudades tuas..
- Eu... eu não sei. Ouve, eu tenho de te contar uma coisa, que não posso adiar mais.. eu.. eu não sou uma pessoa normal..
- Eu sei que não és, tu nunca foste normal para mim, sempre foste especial.
- Não é esse tipo de normal. Eu... eu sou um.. um.. extraterrestre.
Não percebo como reagi. Nem me lembro do que aconteceu. Sei que fiquei paralisada e a partir daí, de mais não me lembro. Porque não me tinha ele contado? Eu sei que era difícil para ele, mais provavelmente, estranho. Ele devia pensar que eu não o aceitaria da maneira como ele era. Mas eu amava-o, e como se diz, eu aceitaria-o de qualquer maneira, sem nunca o julgar. Eu amava-o. De qualquer maneira, acabaria por descobrir. Ou então não. Acabei por abraça-lo e dizer-lhe ao ouvido:
- Eu amo-te de qualquer maneira, sejas o que fores, para sempre.