quinta-feira, 1 de março de 2012

Changes- Cap.VI

Eu sabia que ela me amava. O problema é que eu não sabia o que ela sentia mesmo. Tinha medo que se lhe conta-se o meu segredo ela me deixa-se tal como a minha ex namorada tinha deixado. Eu queria ficar com ela, para sempre, casar, ter filhos, ser feliz. Apenas isso. Queria sentir as nossas mãos frias, mas unidas, os nossos lábios congelados, mas depois de um beijo bem quentes, os seus cabelos macios entrelaçados nos meus dedos. Queria mesmo sentir o amor dela a fluir no meu coração.
No dia seguinte não fui á escola. Sentia-me doente, por causa de uma virose qualquer que andava por ali. Passado uma semana também não fui lá. Não tinha coragem de olhar para ela, depois de ter deixado a sua casa sem lhe dizer algo. Nesse dia estava a chover, nem muito, nem pouco. O tempo estava cinzento, com umas nuvens também um pouco escuras. Ouvi alguém a bater á porta. Levantei-me, com um cobertor a me tapar, visto que estava com muito frio, porque a casa era gelada. Abri a porta.
-Sabes que és a pessoa mais parva do mundo? - era a Margarida - não me voltes a deixar assim seu parvo!
E beijou-me.
Não sabia porque ele tinha decidido não aparecer durante 1 semana. Não sei se seria por ter abandonado a casa, sem me dizer nada, se era por ter vergonha, por ter medo que eu o rejeitasse. Realmente não sei. Só sei que queria sentir o seu coração a bater, rapidamente por mim.
- Porque me deixas-te assim? Tive saudades tuas..
- Eu... eu não sei. Ouve, eu tenho de te contar uma coisa, que não posso adiar mais.. eu.. eu não sou uma pessoa normal..
- Eu sei que não és, tu nunca foste normal para mim, sempre foste especial.
- Não é esse tipo de normal. Eu... eu sou um.. um.. extraterrestre.
Não percebo como reagi. Nem me lembro do que aconteceu. Sei que fiquei paralisada e a partir daí, de mais não me lembro. Porque não me tinha ele contado? Eu sei que era difícil para ele, mais provavelmente, estranho. Ele devia pensar que eu não o aceitaria da maneira como ele era. Mas eu amava-o, e como se diz, eu aceitaria-o de qualquer maneira, sem nunca o julgar. Eu amava-o. De qualquer maneira, acabaria por descobrir. Ou então não. Acabei por abraça-lo e dizer-lhe ao ouvido:
- Eu amo-te de qualquer maneira, sejas o que fores, para sempre.


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