quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Changes - Cap.V

Passada 1 hora de longa conversa, a Margarida acordou. Os seus olhos estavam vermelhos e as suas faces bem rosas. Ela sentia-se bastante zonza visto que estava com a cabeça a dar voltinhas pequeninas.
- Margarida, estás bem?!
- Umm.. estou um pouco agoniada...
Ela fechou os olhos por mais alguns segundos e depois consegui levantar-se e sentou-se. Olhou para mim como se me quisesse espancar, visto que a tinha levado para casa, e tinha mexido nas coisas dela...
- Porque mexeste na minha mala, explicas-me??!!
- Desculpa, mas eu apenas queria levar-te para casa e como tenho uma irmã sei muito bem que vocês teem sempre algum sitio para apontar a morada e tal.
- Pois, mas eu não te dei autorização, por isso.. desculpa, mas vais ter de sair.
- Menina Margarida- disse a empregada- acho isso uma atitude bastante incorrecta. Este menino faltou ás aulas, carregou-a ao colo até aqui, que ainda é um bom bocado e trouxe-a sem levantar questões, sem saber quem a menina era.
A senhora estava-me a defender de corpo e alma, a dizer que ela não tinha razão porque eu a tinha ajudado e talvez mais ninguém o fizesse.
- Sim Cremilde, tens razão. Podes ir fazer o jantar, ele janta connosco.
- Sim menina - disse Cremilde, a empregada.
Fiquei um pouco parvo. Ela tinha-me respondido muito mal e depois deste falatório com a Dona Cremilde, ela foi impecável. Vá se lá entender as raparigas..

Não queria acreditar. Eu sabia que ele me tinha trazido a casa, mas não sabia que tinha faltado ás aulas, cansar-se bastante e ficar em minha casa por mim. Eu sabia que ele era especial.. eu gostava demasiado dele.. nós tínhamos de ser amigos, mas nunca mais do que amigos. Mas grandes amigos..
- Então, tu sabes o meu nome mas eu ainda não sei o teu.
- Pois é.. eu sou o Tomás.
- Umm, Tomás, que nome tão giro.. ahh, não te importas de jantar cá pois não? Eu convidei-te porque parecias estar com fome, bem queres ler? Eu tenho livros, podemos ler.. também tenho outras coisas para fazer se quise...
Fui interrompida pelo melhor beijo da minha vida. Eu estava completamente nervosa e não parava de falar de maneira que ele se fartou de mim e decidiu beijar-me. Fiquei completamente envergonhada mas respondi ao beijo. Quem não responderia se fosse no meu caso? Simplesmente sentia-me no céu. Quando ele parou de me beijar agarrou-me na mão e disse:
- Eu não quero que fales, não quero que grites ao mundo que gostas de mim, apenas diz ao meu ouvido que me amas e que me queres para sempre.
Eu levantei a cabeça e olhei para ele. Senti faíscas, senti borboletas no estômago, senti todos os sintomas de amor. Agarrei na cara dele e voltei-o devagar até lhe chegar ao ouvido e disse baixinho:
- Eu amo-te, e quero-te para sempre.. dei-lhe um beijo na cara e subi. Ele ficou cá em baixo, de maneira a poder espreitar as zonas da casa, mas não o fez. Levantou-se e foi-se embora.




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